Se até a década de 1980, o termo educação pré-escolar expressava o entendimento de que a Educação Infantil era uma etapa anterior à escolarização, que só teria seu início no Ensino Fundamental, a partir de 1996, com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), a Educação Infantil passa a fazer parte da Educação Básica, ocupando o mesmo patamar de importância que os Ensinos Fundamental e Médio. Em 2006, outra modificação foi introduzida na LDB antecipando o acesso ao Ensino Fundamental para os 6 anos de idade, e a Educação Infantil passa a atender a faixa etária de zero a 5 anos.

É na interação com os pares e com adultos que as crianças vão constituindo um modo próprio de agir, sentir e pensar e vão descobrindo que existem outros modos de vida, pessoas diferentes, com outros pontos de vista. Conforme vivem suas primeiras experiências sociais (na família, na instituição escolar, na coletividade), constroem percepções e questionamentos sobre si e sobre os outros, diferenciando-se e, simultaneamente, identificando- se como seres individuais e sociais. Ao mesmo tempo que participam de relações sociais e de cuidados pessoais, as crianças constroem sua autonomia e senso de autocuidado, de reciprocidade e de interdependência com o meio. Por sua vez, na Educação Infantil, é preciso criar oportunidades para que as crianças entrem em contato com outros grupos sociais e culturais, outros modos de vida, diferentes atitudes, técnicas e rituais de cuidados pessoais e do grupo, costumes, celebrações e narrativas. Nessas experiências, elas podem ampliar o modo de perceber a si mesmas e ao outro, valorizar sua identidade, respeitar os outros e reconhecer as diferenças que nos constituem como seres humanos.